sábado, 14 de novembro de 2009

Procuram-se! Mares e oceanos: vivos ou mortos?

Koichiro Matsuura Diretor-Geral da UNESCO

Os oceanos do Planeta e seus mares adjacentes, assim como os recursos biológicos e não biológicos que contêm, são essenciais para a sobrevivência da vida tal como a conhecemos. A sustentabilidade do ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos que ingerimos e o clima em que vivemos depende da saúde dos nossos oceanos e mares.
As áreas costeiras que bordam os oceanos e os mares são o hábitat de 50% da população mundial. Quarenta e quatro dos países do mundo são Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento que dependem especialmente dos oceanos. Nos oceanos, as costas e ilhas são suporte para uma enorme gama de atividades humanas de grande valor e importância.
A pesca, por exemplo, é uma atividade econômica e social importante, que sustenta direta e indiretamente a 400 milhões de pessoas. A agricultura marinha é uma indústria que cresce rapidamente e representa trinta por cento do consumo mundial de pescado. Além do mais, a indústria de viagens e turismo é o setor da economia mundial que cresce com maior rapidez, especialmente em áreas costeiras e marinhas. As distintas atividades humanas realizadas nos ocea­nos, costas e ilhas exercem uma pressão cada vez mais intensa na integridade dos ecossistemas costeiros e marinhos, cujos recursos vêm sendo ameaçados por exploração demasiada.
Na atualidade, 75% dos recursos pesqueiros mundiais são explorados plenamente ou em excesso; 70% das 126 espécies de mamíferos marinhos estão ameaçadas; 50% dos mangues do mundo foram perdidos; e estão sendo destruídos rapidamente importantes hábitats de algas marinhas. A busca de segurança alimentar para uma população humana crescente está levando a produção agrícola intensiva baseada em uma maior utilização de fertilizantes, pesticidas, herbicidas, contribuindo assim para deterioração dos ecossistemas costeiros e marinhos.
O meio ambiente marinho é complexo e inacessível. É difícil e caro estudá-lo. Além disto, as jurisdições nacionais e internacionais, acordos regionais e globais e prioridades conflitantes trazem mais complicações. Como resultado, cooperações intergovernamentais são necessárias se as conseqüências globais tiverem que ser encaminhadas e resolvidas. Isso requer instituições globais e regionais fortes que tragam cientistas, pesquisas e mentores políticos juntos.
Requer também o envolvimento e a participação integral de comunidades locais e investidores que têm relação direta com o ambiente marinho e sua proteção. Além disso, os futuros avanços relativos aos oceanos, como a exploração e o gerenciamento de recursos recentemente acessíveis, seguramente irão requerer um planejamento coerente e integrado de cooperação internacional e uma gestão cuidadosa dos ecossistemas frágeis.
http://www2.petrobras.com.br/presal/perguntas-respostas/

Pré-Sal

Por: Petrobrás - Imagem Geografia para Todos


1. O que é o pré-sal?

O termo pré-sal refere-se a um conjunto de rochas localizadas nas porções marinhas de grande parte do litoral brasileiro, com potencial para a geração e acúmulo de petróleo. Convencionou-se chamar de pré-sal porque forma um intervalo de rochas que se estende por baixo de uma extensa camada de sal, que em certas áreas da costa atinge espessuras de até 2.000m. O termo pré é utilizado porque, ao longo do tempo, essas rochas foram sendo depositadas antes da camada de sal. A profundidade total dessas rochas, que é a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal, pode chegar a mais de 7 mil metros.

2. As maiores descobertas de petróleo, no Brasil, foram feitas recentemente pela Petrobras na camada pré-sal localizada entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, onde se encontrou grandes volumes de óleo leve. Na Bacia de Santos, por exemplo, o óleo já identificado no pré-sal tem uma densidade de 28,5º API, baixa acidez e baixo teor de enxofre. São características de um petróleo de alta qualidade e maior valor de mercado.
3. Qual o volume estimado de óleo encontrado nas acumulações do pré-sal descobertas até agora?
Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma ideia, só a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, com densidade em torno de 30º API.

4. As recentes descobertas na camada pré-sal são economicamente viáveis?Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento comercial das acumulações descobertas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobilização de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, nos permitem garantir o sucesso dessa empreitada. Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram vencidas: em maio deste ano a Petrobras iniciou o teste de longa duração da área de Tupi, com capacidade para processar até 30 mil barris diários de petróleo. Um mês depois a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, refinou o primeiro volume de petróleo extraído da camada pré-sal da Bacia de Santos. É um marco histórico na indústria petrolífera mundial.



5. Como comocomecou essa história de superação de desafios?

Em 2004 foram perfurados alguns poços em busca de óleo na Bacia de Santos. É que ali haviam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas, que já eram conhecidas. Se fosse encontrado óleo, a ideia era aprofundar a perfuração até chegar ao pré-sal, onde os técnicos acreditavam que seriam encontrados grandes reservatórios de petróleo.
Em 2006, quando a perfuração já havia alcançado 7.600m de profundidade a partir do nível do mar, foi encontrada uma acumulação gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, um componente leve do petróleo. No mesmo ano, em outra perfuração feita na Bacia de Santos, a Companhia e seus parceiros fizeram nova descoberta, que mudaria definitivamente os rumos da exploração no Brasil. A pouco mais de 5 mil metros de profundidade, a partir da superfície do mar, veio a grande notícia: o poço, hoje batizado de Tupi, apresentava indícios de óleo abaixo da camada de sal. O sucesso levou à perfuração de mais sete poços e em todos encontrou-se petróleo. O investimento valeu a pena.

6. Com este resultado, o que muda para a petrobrás?

Essas descobertas elevarão a empresa, ao longo dos próximos anos, a um novo patamar de reservas e produção de petróleo, colocando-a em posição de destaque no ranking das grandes companhias operadoras. Com a experiência adquirida no desenvolvimento de campos em águas profundas da Bacia de Campos, os técnicos da Petrobras estão preparados, hoje, para desenvolver as acumulações descobertas no pré-sal. Para isso, já estão promovendo adaptações da tecnologia e da logística desenvolvidas pela empresa ao longo dos anos.

7. Quais serão as contribuições dessas grandes descobertas para o desenvolvimento nacional?Diante do grande crescimento previsto das atividades da companhia para os próximos anos, tanto no pré-sal quanto nas demais áreas onde ela já opera, a Petrobras aumentou substancialmente os recursos programados em seu Plano de Negócios. São investimentos robustos, que garantirão a execução de uma das mais consistentes carteiras de projetos da indústria do petróleo no mundo. Serão novas plataformas de produção, mais de uma centena de embarcações de apoio, além da maior frota de sondas de perfuração a entrar em atividade nos próximos anos.

A construção das plataformas P-55 e P-57, entre outros projetos já encomendados à indústria naval, garantirá a ocupação dos estaleiros nacionais e de boa parte da cadeia de bens e serviços offshore do país. Só o Plano de Renovação de Barcos de Apoio, lançado em maio de 2008, prevê a construção de 146 novas embarcações, com a exigência de 70% a 80% de conteúdo nacional, a um custo total orçado em US$ 5 bilhões. A construção de cada embarcação vai gerar cerca de 500 novos empregos diretos e um total de 3.800 vagas para tripulantes para operar a nova frota.

8. A Petrobras está preparada, tecnologicamente, para desenvolver a área do pré-sal?
Sim. Ela está direcionando grande parte de seus esforços para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico que garantirão, nos próximos anos, a produção dessa nova fronteira exploratória. Um exemplo é o Programa Tecnológico para o Desenvolvimento da Produção dos Reservatórios Pré-sal (Prosal), a exemplo dos bem-sucedidos programas desenvolvidos pelo seu Centro de Pesquisas (Cenpes), como o Procap, que viabilizou a produção em águas profundas. Além de desenvolver tecnologia própria, a empresa trabalha em sintonia com uma rede de universidades que contribuem para a formação de um sólido portfólio tecnológico nacional. Em dezembro o Cenpes já havia concluído a modelagem integrada em 3D das Bacias de Santos, Espírito Santo e Campos, que será fundamental na exploração das novas descobertas.9. Como está a capacidade instalada da indústria para atender a essas demandas?Esse é outro grande desafio: a capacidade instalada da indústria de bens e serviços ainda é insuficiente para atender às demandas previstas. Diante disso, a Petrobras recorrerá a algumas vantagens competitivas já identificadas, para fomentar o desenvolvimento da cadeia de suprimentos. Graças à sua capacidade de alavancagem, pelo volume de compras, a empresa tem condições de firmar contratos de longo prazo com seus fornecedores. Uma garantia e tanto para um mercado em fase de expansão. Além disso, pode antecipar contratos, dar suporte a fornecedores estratégicos, captar recursos e atrair novos parceiros. Tudo isso alicerçado num programa agressivo de licitações para enfrentar os desafios de produção dos próximos anos.

10. Quais os trunfos da Petrobras para atuar na área do pré-sal?
Em primeiro lugar, a inegável competência de seu corpo técnico e gerencial, reconhecida mundialmente; a experiência acumulada no desenvolvimento dos reservatórios em águas profundas e ultraprofundas das outras bacias brasileiras; sua base logística instalada no país; a sua capacidade de articulação com fornecedores de bens e serviços e com a área acadêmica no aporte de conhecimento; e o grande interesse econômico e tecnológico que esse desafio desperta na comunidade científica e industrial do país.

11. Que semelhanças podem ser identificadas entre o que ocorreu na década de 80, na Bacia de Campos, e agora, com o pré-sal?

De fato, as descobertas no pré-sal deixam a Petrobras em situação semelhante à vivida na década de 80, quando foram descobertos os campos de Albacora e Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com aqueles campos, a Companhia identificava um modelo exploratório de rochas que inauguraria um novo ciclo de importantes descobertas. Foi a era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas à produção de petróleo no Brasil. Com o pré-sal da Bacia de Santos, inaugura-se, agora, novo modelo, assentado na descoberta de óleo e gás em reservatórios carbonáticos, com características geológicas diferentes. É o início de um novo e promissor horizonte exploratório.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009


O Brasil não precisa de usinas nucleares


Segundo previsão do Plano Nacional de Energia 2030 – PNE 20030 (Estratégia para a Expansão da Oferta), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética –EPE, o Brasil deverá construir mais quatro usinas nucleares até 2030, duas das novas unidades nucleares com potência de 1 mil MW cada poderão ser construídas na região Nordeste e as outras duas no Sudeste (também com 1 mil MW cada). Além de Angra 3, que já está incluída no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica (PDEE) 2006-2015 divulgado pelo governo no início deste ano.

Paralisadas há 20 anos, as obras da usina nuclear de Angra 3 (1.350 MW), segundo prevê um dos anexos do PAC(Programa de Aceleração do Crescimento), deverão ser retomadas em julho, e estima para agosto de 2013 a entradade operação da terceira usina termonuclear brasileira, com investimentos da ordem de R$ 7 bilhões.
A elaboração destes planos de expansão da oferta energética sofre de um erro de origem: a ausência da sociedade no debate da questão energética, e sua efetiva participação no processo decisório. A ampliação do espaço de debate é fundamental para tornar politicamente sustentável o processo de decisão. O debate energético não pode permanecer confinado nas mesas e gabinetes de “experts”, hábeis na manipulação de números e unidades (Watts, Joules, Btu´s, ....), que buscam na epistemologia das ciências a legitimação das decisões que afetam toda a sociedade. O Brasil não tem necessidade de construir mais usinas nucleares para atingir a meta do PAC de aumentar a oferta de energia elétrica. Estas decisões referentes à construção de usinas de geração de eletricidade têm sido expostas diante de um suposto aumento dos riscos de déficit de energia, alimentadas pela síndrome do apagão. Fonte de energia elétrica ambientalmente incorreta por causa dos riscos de acidentes e pela produção de resíduos radioativos, o uso da nucleoeletricidade pelo Brasil é estrategicamente incorreto, e deveria ser definitivamente descartada. Parece-me mais inteligente buscar formas de aumentar a eficiência e a conservação de energia, e de encontrar na diversidade das fontes renováveis as múltiplas saídas para os problemas energéticos do país.O Brasil tem hoje aproximadamente 70 usinas hidrelétricas com mais de 20 anos de construção, que poderiam sofrer uma repotenciação (troca de equipamentos, por ex. substituição do rotor do gerador, ou modernização de componentes e sistemas). Se isso fosse feito, mais ou menos 60% da meta do PAC já seria contemplada. O custo é bem menor comparado à construção de novas usinas, que absorvem a maior parte dos investimentos somente em obras civis. Os 40% restantes da meta do PAC poderiam ser obtidos sem nenhuma nova obra civil. Bastaria que se investisse na redução das perdas do setor elétrico nacional, que hoje, desde a transmissão até chegar ao domicílio ou ao eventual consumidor industrial, são da ordem de 15%. Se houvesse um esforço para que o desperdício fosse reduzido para 10%, isso já seria suficiente para fechara conta. Esses 5% de ganho, que não é muito, permitem atingir a meta do PAC. O sistema brasileiro hoje temcerca 97 mil megawatts aproximadamente de potencia instalada.Os processos de repotenciação proporcionariam quase 8.000 megawatts, e a redução do desperdício, mais 4.850 megawatts. Mas isso tem de ser bem planejado, porque implica desligar as usinas para que as máquinas mais potentes possam ser instaladas. Esse processo de repotenciação não ocorreu até hoje no país por causa da cultura das megaobras. Parece que os governos preferem construírem grandes usinas, porque elas acabam dando mais visibilidade, rendendo votos para a próxima eleição.O argumento sobre o temor de um apagão energético no final da década, é uma das principais preocupações daqueles que defendem a construção da usina nuclear de Angra III. Lamentavelmente a opção nuclear é a opção preferencial, em detrimento da busca pela eficiência energética e adoção de matrizes energéticas renováveis, como o uso da biomassa (produzida a partir da queima de resíduos agrícolas ou outro material orgânico), da energia eólica, da energia solar e da produção de biocombustíveis sem aumento do desmatamento. O PDEE, que tem pouco apreço pela busca da eficiência energética e do uso racional de energia, foi elaborado para beneficiar as indústrias do setor eletro-intensivo, como as empresas produtoras de ferro, celulose e alumínio primário, que são grandes consumidoras (e desperdiçadoras) de energia, concentrando em três megaprojetos (as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio - no Rio Madeira, em Rondônia, a de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará e a usina nuclear de Angra 3) que causarão grandes impactos sociais e ambientais e têm uma chance razoável de dar errado.
O governo não dá muita importância à adoção de novas matrizes de energia renovável no país. As energias renováveis são relegadas no PDEE, enquanto deveriam ser encaradas como a grande solução para a questão energética. O Brasil, já é capaz de produzir em quantidade energia solar térmica, solar fotovoltaica, eólica ou biomassa, entre outras, e só não o faz por falta de vontade política do governo. O governo segue desconsiderando essa tendência internacional apesar do país possuirpotencial para suprir totalmente a demanda nacional atual e também para fornecer eletricidade a locais remotos quenão a possuem ou que utilizam outras fontes como a geração a diesel ou a gás.
Ao desprezar as fontes renováveis, o país acaba deixando de economizar energia. Essas fontes poderiam tambémresolver problemas atuais do setor, como o pico de consumo causado por chuveiros elétricos e que pode serreduzido utilizando a energia solar térmica, beneficiando a todos, inclusive às concessionárias. Assim a demanda poderia ser mais balanceada e o fator de carga elevado.
Como podemos observar, a temática da oferta da energia traz questões de ordem política decorrente da forma comoas diferentes opções energéticas são impostas a sociedade. O tratamento da questão energética em nosso país continua a revelar a prevalência da visão liberal-mercantilista, que concebe o setor energético como um campo de relações de troca de mercadorias, com vistas à ampliação da acumulação de capital.

Prof. Dr. Heitor Scalambrini CostaDepartamento de Engenharia Elétrica e Sistemas de PotênciaUniversidade Federal de Pernambuco

sábado, 10 de outubro de 2009


Zoológicos: prisões de animais até a morte (que crime eles cometeram?)Por Libertação Animal 21/03/2009 às 15:49


Nos zôos as pessoas aprendem que os animais são tratados como objetos de consumo: se divertem vendo a dignidade perdida dos animais. Quem quer se divertir vendo animais enjaulados e infelizes?

Zoológicos: prisões de animais até a morte (que crime eles cometeram?) Aproveito então esta oportunidade para lembrar que a exploração de animais em zoológicos é uma violação à Declaração Universal dos Direitos dos Animais que assegura que todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins supostamente educativos é condenável.
O escritor José Saramago afirmou recentemente que, se pudesse, ele fecharia todos os zoológicos do mundo. Ele não consegue entender como as pessoas podem se divertir nestes parques onde, geralmente, animais tristes em cativeiro sofrem terrivelmente em espaços imundos e pequenos vivendo num tédio e monotonia. Atualmente, os zoológicos são totalmente desnecessários porque há inúmeros vídeos e documentários sobre a vida animal.
Os zoológicos são prejudiciais até mesmo para a preservação da fauna em cativeiro. Um estudo da Sociedade Real Britânica para a Prevenção de Crueldade contra Animais denunciou recentemente que a vida nos zoológicos está matando os elefantes no mundo. Segundo o estudo, os elefantes selvagens vivem muito mais tempo do que os mantidos em cativeiro. A fêmea africana consegue chegar apenas aos 17 anos em um zoológico, enquanto as fêmeas, vivendo naturalmente no Quênia, vivem uma média de 56 anos. O estresse e a obesidade são provavelmente os fatores responsáveis pelas mortes. Elefantes aprisionados em zôos sofrem freqüentemente de Infanticídio, herpes, tuberculose, infertilidade e comportamento estereotipado.
A vida nos zoológicos está matando os elefantes e sendo degradante para todos os animais. A população de elefantes dos zôos não cresce se não houver novas importações. Não podemos permitir que estas crueldades continuem. Devemos ensinar as crianças (e adultos) a respeitarem os animais. Nos zôos as pessoas aprendem que os animais são tratados como objetos de consumo: se divertem vendo a dignidade perdida dos animais. No final do dia, quando o público sai do zoológico, os animais, tristes, permanecem aprisionados. Que crime eles cometeram?
Por trás das grades


Zoológicos: crueldade travestida de diversão

22 de junho de 2009

Por Mariana Hoffmann http://www.anda.jor.br/?p=6059

Para quem gosta de animais ir ao zoológico é um martírio. Lá os encontramos em ambientes totalmente artificiais, expostos à curiosidade dos visitantes, em espaços exíguos, muitas vezes deprimidos ou estressados. Embora existam zoológicos que forneçam um pouco mais de dignidade aos animais, o fato de mantê-los confinados fora de seus habitats naturais já pode ser considerado uma violência. De acordo com o promotor de justiça Laerte Fernando Levai, “manter animais confinados atrás das grades pode, a meu ver, configurar infração ao artigo 32 da Lei 9.605/98, que define o crime de abuso e maus-tratos”.
Esta nova maneira de interpretar a lei se opõe à ideia, sustentada por muitos, de que os zoológicos exercem função educativa e protetora. Com relação a esta última função, podemos apontar uma alternativa mais saudável para abrigar animais que, em determinadas situações, necessitem de abrigo e proteção: os santuários. Com ambientes mais próximos do natural, são locais protegidos onde os animais podem se ressocializar com membros de sua própria espécie para, se possível, serem reinseridos em ambientes naturais.
Já em relação ao argumento de que os zoológicos exercem função educativa, o biólogo e ativista Sérgio Greif esclarece que “um animal em cativeiro não expressa seu comportamento natural”. O que os visitantes veem são apenas sombras dos animais que eles seriam caso tivessem a oportunidade de viver livremente. Além disso, Greif aponta que “a mensagem transmitida pelos zoológicos é que os animais são engraçadinhos e podemos mantê-los presos com o propósito de exibi-los. Essa não é minha concepção do que deveria ser a educação ambiental”.
Outra alegação comum é que os zoológicos podem funcionar como banco genético de animais que foram extintos ou estão à beira da extinção. Para Greif tal argumento não é válido, uma vez que “de nada serve preservar alguns poucos exemplares vivendo em cativeiro se esses animais jamais serão reintroduzidos em seus antigos ambientes, até porque, com frequência, sua extinção advém da supressão desses mesmos ambientes. Além disso, a recuperação da espécie com base em alguns poucos exemplares representaria um afunilamento genético. Se há realmente uma preocupação com a preservação das espécies, deveriam ser preservados seus ambientes naturais”.
A vida no zoológico é tão artificial que muitos animais apresentam distúrbios de comportamento e têm seu tempo de vida radicalmente alterado. Um exemplo são os elefantes. O tempo de vida de um elefante africano em zoológicos europeus dura em média 16,9 anos. Muito pouco se comparado aos 56 anos para os elefantes que morreram de causas naturais no Parque Nacional Amboseli, no Quênia. Segundo pesquisadores, as causas passam pela falta de espaço e pequeno número de outros animais com os quais possam formar grupos.
A faceta exploratória e abusiva dos zoológicos é também um reflexo da sua história: a ideia de colecionar animais exóticos nasceu na aristocracia do século XVI como sinal de status, e pouco a pouco os “estábulos” foram democratizados para o entretenimento da burguesia. Quando surgiram os “jardins zoológicos”, no século XX, ainda eram comuns as práticas de ensinar e domar os animais para que aumentassem o divertimento do público. Embora tais espetáculos não existam mais, o foco dos zoológicos continua sendo os interesses humanos, em detrimento dos interesses dos animais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quais são os tipos de energia limpa existentes?


São cinco os principais tipos de energia limpa – aquela que não libera (ou libera poucos) gases ou resíduos que contribuem para o aquecimento global, em sua produção ou consumo


Da redação*Revista Vida Simples – 04/2009
*Débora Didonê, Leandro Sarmatz, Priscilla Santos e Yuri Vasconcelos

Saiba, a seguir, um pouco mais sobre essas fontes energéticas:


• SOLAR A energia luminosa do sol é transformada em eletricidade por um dispositivo eletrônico, a célula fotovoltaica. Já as placas solares usam o calor do sol para aquecer água. Maiores produtores: Japão e EUA.

PRÓS: fonte inesgotável de energia; equipamentos de baixa manutencão; abastece locais aonde a rede elétrica comum não chega.

CONTRAS: producão interrompida à noite e diminuída em dias de chuva, neve ou em locais com poucas horas de sol.


• EÓLICA O vento gira as pás de um gigantesco catavento, que aciona um gerador, produzindo corrente elétrica. Maiores produtores: Alemanha, Espanha e EUA.

PRÓS: fonte inesgotavel de energia; abastece locais aonde a rede elétrica comum não chega.
CONTRAS: poluicão visual (um parque eólico pode ter centenas de cataventos) e, às vezes, sonora (alguns cataventos são muito barulhentos); morte de pássaros (que, muitas vezes, se chocam com as pás dos cataventos).


• DAS MARÉS As águas do mar movimentam uma tur bina que aciona um gerador de eletricidade, num processo similar ao da energia eólica. Não existe tecnologia para exploracão comercial. Franca, Inglaterra e Japão são os pioneiros na producão.

PRÓS: fonte de energia abundante capaz de abastecer milhares de cidades costeiras.

CONTRAS: a diferenca de nível das mares ao longo do dia deve ser de ao menos 5 metros; producão irregular devido ao ciclo da maré, que dura 12h30.


• BIOGÁS Transformacão de excrementos animais e lixo orgânico, como restos de alimentos, em uma mistura gasosa, que substitui o gás de cozinha, derivado do petróleo. A matéria-prima é fermentada por bactérias num biodigestor, liberando gás e adubo.

PRÓS: substitui diretamente o petróleo; dá um fim ecológico ao lixo orgânico; gera fertilizante; os produtores rurais podem produzir e até vender o gás, em vez de pagar por ele.

CONTRA: o gás é difícil de ser armazenado.


•BIOCOMBUSTÍVEIS Geracão de etanol e biodiesel para veículos automotores a partir de produtos agrícolas (como semente de ma mona e cana-de-acúcar) e cascas, galhos e folhas de árvores,que sofrem processos físico-químicos. O Brasil está entre os maiores produtores mundiais.

PRÓS: substitui diretamente o petróleo; os vegetais usados na fabricacão absorvem CO2 em sua fase de crescimento.

CONTRA: producão da matéria-prima ocupa terras destinadas a plantio de alimentos.


Fontes: Mauro Passos, presidente do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina, Leda Lorenzo Montero, ecologista, e Ricardo Dutra, engenheiro do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel).


domingo, 20 de setembro de 2009

A Amazônia Legal

A Amazônia Legal foi instituída através de dispositivo de lei para fins de planejamento econômico da região amazônica. Engloba os Estados da macrorregião Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), e mais o Estado do Mato Grosso (macrorregião Centro-Oeste), e parte do Maranhão, a oeste do meridiano de 44º (macrorregião Nordeste).
A área da Amazônia Legal perfaz uma superfície aproximada de 5.217.423 km2, o que corresponde a cerca de 61% do território brasileiro. Entre as Unidades da Federação, que a compõem destacam-se o Amazonas e o Pará que, respectivamente, possuem áreas de 1.577.820 km2 e 1.253.165 km2, somando mais de 55% do total. Pertencem à Amazônia Legal mais de 2/3 das fronteiras geográficas do país.
Sua população residente no ano de 1996 era de aproximadamente 18.748.490, o que representava 11,93% da população brasileira. Entre as Unidades Federadas de maior contingente populacional, destacam-se o Pará e o Maranhão, com mais de 5 milhões de habitantes; em seguida, o Amazonas e o Mato Grosso com, aproximadamente, 2 milhões de habitantes; Rondônia e Tocantins, com cerca de 1 milhão de habitantes e, finalmente, o Acre, o Amapá e Roraima com populações na faixa entre 200 e 500 mil habitantes.

• Perfil na região: Cana-de-açúcar lenha carvão vegetal óleo vegetal resíduos briquetes

A população urbana em 1996 correspondia a 61,05% da população da região. Isto se deve principalmente ao Estado do Mato Grosso com 75,83% da sua população residindo na zona urbana, seguido pelo Estado do Amazonas com 73,92%.
A densidade demográfica desta região é de 3,67hab/km2, sendo que no Brasil é de 18,38 hab/km2. O Maranhão apresenta a maior densidade com 15,67 hab/km2 seguido por Rondônia com 5,16 hab/km2. Os Estados com menor densidade são o Amazonas e Roraima apresentando, respectivamente, 1,51 e 1,10 hab/km2.
A população da Amazônia Legal cresceu 128% no período de 1970 a 1996, com o incremento de 10 milhões de habitantes. Neste período a população urbana cresceu 274%, enquanto a população rural, apenas 43%.
As principais atividades econômicas da região são o extrativismo vegetal e a agropecuária, atividades estas praticadas em todos os Estados. O extrativismo mineral ocorre no Amapá, Amazonas e Pará. No Pará destaca-se ainda a indústria de transformação de minerais (alumínio). No município de Manaus (AM) destaca-se a indústria pesada e eletroeletrônica, sendo a economia deste município e consequentemente do Estado, fortemente impulsionada por ser Manaus uma zona de livre comércio.