sábado, 10 de outubro de 2009


Zoológicos: prisões de animais até a morte (que crime eles cometeram?)Por Libertação Animal 21/03/2009 às 15:49


Nos zôos as pessoas aprendem que os animais são tratados como objetos de consumo: se divertem vendo a dignidade perdida dos animais. Quem quer se divertir vendo animais enjaulados e infelizes?

Zoológicos: prisões de animais até a morte (que crime eles cometeram?) Aproveito então esta oportunidade para lembrar que a exploração de animais em zoológicos é uma violação à Declaração Universal dos Direitos dos Animais que assegura que todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural. Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins supostamente educativos é condenável.
O escritor José Saramago afirmou recentemente que, se pudesse, ele fecharia todos os zoológicos do mundo. Ele não consegue entender como as pessoas podem se divertir nestes parques onde, geralmente, animais tristes em cativeiro sofrem terrivelmente em espaços imundos e pequenos vivendo num tédio e monotonia. Atualmente, os zoológicos são totalmente desnecessários porque há inúmeros vídeos e documentários sobre a vida animal.
Os zoológicos são prejudiciais até mesmo para a preservação da fauna em cativeiro. Um estudo da Sociedade Real Britânica para a Prevenção de Crueldade contra Animais denunciou recentemente que a vida nos zoológicos está matando os elefantes no mundo. Segundo o estudo, os elefantes selvagens vivem muito mais tempo do que os mantidos em cativeiro. A fêmea africana consegue chegar apenas aos 17 anos em um zoológico, enquanto as fêmeas, vivendo naturalmente no Quênia, vivem uma média de 56 anos. O estresse e a obesidade são provavelmente os fatores responsáveis pelas mortes. Elefantes aprisionados em zôos sofrem freqüentemente de Infanticídio, herpes, tuberculose, infertilidade e comportamento estereotipado.
A vida nos zoológicos está matando os elefantes e sendo degradante para todos os animais. A população de elefantes dos zôos não cresce se não houver novas importações. Não podemos permitir que estas crueldades continuem. Devemos ensinar as crianças (e adultos) a respeitarem os animais. Nos zôos as pessoas aprendem que os animais são tratados como objetos de consumo: se divertem vendo a dignidade perdida dos animais. No final do dia, quando o público sai do zoológico, os animais, tristes, permanecem aprisionados. Que crime eles cometeram?
Por trás das grades


Zoológicos: crueldade travestida de diversão

22 de junho de 2009

Por Mariana Hoffmann http://www.anda.jor.br/?p=6059

Para quem gosta de animais ir ao zoológico é um martírio. Lá os encontramos em ambientes totalmente artificiais, expostos à curiosidade dos visitantes, em espaços exíguos, muitas vezes deprimidos ou estressados. Embora existam zoológicos que forneçam um pouco mais de dignidade aos animais, o fato de mantê-los confinados fora de seus habitats naturais já pode ser considerado uma violência. De acordo com o promotor de justiça Laerte Fernando Levai, “manter animais confinados atrás das grades pode, a meu ver, configurar infração ao artigo 32 da Lei 9.605/98, que define o crime de abuso e maus-tratos”.
Esta nova maneira de interpretar a lei se opõe à ideia, sustentada por muitos, de que os zoológicos exercem função educativa e protetora. Com relação a esta última função, podemos apontar uma alternativa mais saudável para abrigar animais que, em determinadas situações, necessitem de abrigo e proteção: os santuários. Com ambientes mais próximos do natural, são locais protegidos onde os animais podem se ressocializar com membros de sua própria espécie para, se possível, serem reinseridos em ambientes naturais.
Já em relação ao argumento de que os zoológicos exercem função educativa, o biólogo e ativista Sérgio Greif esclarece que “um animal em cativeiro não expressa seu comportamento natural”. O que os visitantes veem são apenas sombras dos animais que eles seriam caso tivessem a oportunidade de viver livremente. Além disso, Greif aponta que “a mensagem transmitida pelos zoológicos é que os animais são engraçadinhos e podemos mantê-los presos com o propósito de exibi-los. Essa não é minha concepção do que deveria ser a educação ambiental”.
Outra alegação comum é que os zoológicos podem funcionar como banco genético de animais que foram extintos ou estão à beira da extinção. Para Greif tal argumento não é válido, uma vez que “de nada serve preservar alguns poucos exemplares vivendo em cativeiro se esses animais jamais serão reintroduzidos em seus antigos ambientes, até porque, com frequência, sua extinção advém da supressão desses mesmos ambientes. Além disso, a recuperação da espécie com base em alguns poucos exemplares representaria um afunilamento genético. Se há realmente uma preocupação com a preservação das espécies, deveriam ser preservados seus ambientes naturais”.
A vida no zoológico é tão artificial que muitos animais apresentam distúrbios de comportamento e têm seu tempo de vida radicalmente alterado. Um exemplo são os elefantes. O tempo de vida de um elefante africano em zoológicos europeus dura em média 16,9 anos. Muito pouco se comparado aos 56 anos para os elefantes que morreram de causas naturais no Parque Nacional Amboseli, no Quênia. Segundo pesquisadores, as causas passam pela falta de espaço e pequeno número de outros animais com os quais possam formar grupos.
A faceta exploratória e abusiva dos zoológicos é também um reflexo da sua história: a ideia de colecionar animais exóticos nasceu na aristocracia do século XVI como sinal de status, e pouco a pouco os “estábulos” foram democratizados para o entretenimento da burguesia. Quando surgiram os “jardins zoológicos”, no século XX, ainda eram comuns as práticas de ensinar e domar os animais para que aumentassem o divertimento do público. Embora tais espetáculos não existam mais, o foco dos zoológicos continua sendo os interesses humanos, em detrimento dos interesses dos animais.